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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Site de compra coletiva vende desconto em faculdade antes da aprovação no vestibular

Com a mesma facilidade com que se compra um rodízio de comida japonesa, o internauta brasileiro já consegue garantir desconto em curso de faculdade através de um site de compra coletiva antes mesmo de ser aprovado no vestibular da instituição.

Na onda de grandes como Click On e Peixe Urbano, há quatro meses o site Clube Educação oferece desconto nas mensalidades de faculdades privadas do país.

O sistema é similar aos dos sites que oferecem preços promocionais para tratamentos estéticos entre outros serviços. Basta aderir à oferta, dentro do tempo determinado, de em média R$ 50 para ter “até 65% de desconto em faculdades”, como diz o próprio anúncio do site na web. O que em alguns casos pode gerar economia total de cerca de R$ 10 mil ao final do curso.

No entanto, os criadores do site explicam que, para conseguir fazer a matrícula na instituição, apesar de já ter pago pelo desconto, é necessário passar no vestibular. E o site promete devolver o dinheiro, caso isto não aconteça.

O gerente de marketing Luis Romel nega que o cliente do Clube Educação terá algum tipo de facilidade no processo seletivo por já ter se comprometido a cursar graduação com preço promocional em determinada faculdade.  No entanto, ele mesmo admite que é baixa a taxa de reprovação em faculdades privadas no Brasil.

- Todos os estudantes que fazem adesão ao curso de algum parceiro precisam ser submetidos a um processo seletivo. Não existe este tipo de facilidade por parte das instituições.  O que acontece, em pouquíssimos casos, é de estudantes que fazem adesão e não são aprovados. Mas, isso é uma questão nacional. Existe um dado que mostra que o índice de reprovação é muito pequeno no país.

E se engana quem pensa que a oferta de cursos de nível superior é só uma parcela dos “produtos” disponíveis no site. Apesar de também trabalhar com cursos de idioma e preparatórios para concursos, a “graduação é o carro-chefe”.
De acordo com Romel, o Clube Educação tem 35 parceiros, sendo que 10 deles são faculdades e, desde que o site foi lançado, o gerente de marketing garante que já teve cerca de 1.000 adesões somente em promoções de curso superior.

Mais fácil para os 'clientes'
Como o site começou a atuar primeiro com ofertas de Salvador a maioria das faculdades que toparam a parceria são do Estado. A Faculdade Hélio Rocha, por exemplo, é uma das que mais aparece no Clube Educação.

Segundo a coordenadora acadêmica da instituição, Fernanda Mehmeri, por meio do site, a faculdade já registrou 46 adesões de universitários, incluindo também aqueles que vão se matricular em cursos da Faculdade Tomaz de Aquino, que pertence ao mesmo grupo.
Fernanda elogia a parceria já que o sistema facilita o processo para os “clientes”, como ela chama os estudantes que ingressam na faculdade. Mas, nega que a compra beneficie o candidato no processo seletivo.

- Hoje em dia, esses sites de compra coletiva estão em alta. O Clube Educação veio neste modismo que facilita muito para o cliente e dá a ele uma visão de vantagem. É uma coisa que está no início, mas tenho certeza que vai crescer muito. Ele [cliente] paga, mas vem e faz a prova. O fato da compra não elimina o processo seletivo.

A universitária de 28 anos Catarina Oliveira é uma das pessoas que aderiram a ofertas do site. Ela ingressou no curso de administração da FTC (Faculdade de Tecnologia e Ciências), campus Salvador, em agosto. E esta é a segunda vez que começa um curso superior. Catarina já interrompeu a graduação em comunicação social no 5º semestre, pois não tinha condições de continuar pagando a mensalidade.

- Se não tivesse adquirido esse bônus eu não teria voltado a estudar. O fator foi a facilidade de pagamento com esse desconto que adquiri: 35% no valor total da mensalidade até o final do curso. Reduziu [ a mensalidade] para cerca de R$ 270.

Ministério da Educação
A reportagem do R7 entrou em contato com o MEC (Ministério da Educação) para saber se este tipo de comercialização é legal. E de acordo com assessores, o órgão só é responsável por fiscalizar e autorizar a abertura de novos cursos. Mas, a forma como são ofertados não tem uma regulação específica.

Fonte: R7

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