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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Piercing na língua pode entortar dentes, alertam especialistas

Colocar um piercing na língua pode alterar a posição dos dentes. É isso o que conclui um estudo realizado na Universidade de Buffalo, nos Estados Unidos, e publicado recentemente no periódico científico "Journal of Clinical Orthodontics".
Os autores acompanham o caso de uma mulher de 26 anos que usa o acessório há sete. A moça tem um espaço entre os dentes incisivos superiores, que não existia antes de ela colocar o piercing.
De acordo com relato da própria paciente, ela tem o hábito de brincar com o piercing, empurrando a pequena bolinha contra os dentes."O piercing muda a posição da língua, além de deixá-la hipotônica", afirma o ortodontista Everson Schweitzer, da rede Sorridents, em São Paulo. "Isso pode alterar a posição dos dentes, além da fala e da deglutição", conta.
O acessório também pode causar outros problemas, como infecções e hemorragias, mostram estudos."Para quem usa aparelho, o piercing é contraindicado", completa Schweitzer. Ele afirma conhecer casos de pacientes que tiveram a língua rasgada porque o piercing se prendeu ao aparelho.

Última moda entre as muçulmanas chega ao Egito: o "burkini"

A última moda nas praias e piscinas egípcias é o "burkini", um traje de banho muçulmano que só deixa à mostra parte do rosto, as mãos e os pés, e ainda assim é rejeitado pelos guardiões da ortodoxia islâmica.

Em uma pequena loja situada em um centro comercial do Cairo, duas mulheres organizam a mercadoria, composta por dezenas de trajes de banho "islâmicos". É por este termo que "as clientes conhecem o que na Europa se chama burkini", esclarece à Agência Efe a dona do estabelecimento, Nevine, que prefere não revelar seu sobrenome.

A maioria do público da loja é formado por mulheres com hiyab (o lenço muçulmano), que param na vitrine, entram, saem, olham e se aproximam dos provadores.
"Embora existam maiôs normais à venda, vendemos muitos mais os islâmicos", explica a cristã Nevine, que pertence à Igreja Ortodoxa Copta e possui uma confeccão de "burkinis" (palavra criada pela união de burka e biquíni).

O "burkini" é feito para as mulheres "que não podem mostrar seu corpo em público, mas que não querem deixar de tomar banho de mar ou piscina", diz Nevine.

A versão muçulmana do maiô feminino é formada por uma peça de corpo inteiro, similar às de neopreno usadas pelos mergulhadores, sobre a qual se coloca uma túnica sem mangas e de corte solto e um capuz que cobre a cabeça e o pescoço.

O maiô islâmico é elaborado com lycra, "um material resistente à água ao qual é acrescentado um pouco de algodão para que seque rapidamente", explica a empresária.
Amina, uma elegante egípcia de 40 anos, acaba de comprar um "burkini", acessório que descobriu há cinco anos, quando "a qualidade e a oferta era muito menor que a atual".
"Nem sempre usei o maiô islâmico e não gosto muito", opina a compradora. "Certamente um maiô convencional, de uma peça, é melhor para o bronzeado e mais confortável".

Na loja de Nevine, são oferecidos todos os tamanhos, desde o pequeno até o extra grande, e são abundantes as túnicas de listras, com flores, luas e inclusive estampa de oncinha.
"O marrom é a cor que está mais na moda neste verão para o traje principal, mas o resto depende de cada mulher", acrescenta Nevine. Ela explica que "há burkinis para todos os bolsos".

O preço do maiô muçulmano varia entre 200 e 450 libras egípcias (cerca de US$ 35 a US$ 79).
Nas ruas do Cairo, podem ser adquiridos trajes similares importados da China, a preços mais baratos - a partir de 75 libras (US$ 13) -, mas que segundo Nevine "têm menos qualidade".
"O que as mulheres que usam a Burka faziam antes de inventarem isso? Não podiam ir nadar ou tinham que fazer isso só com mulheres e familiares", disse a vendedora.
O "burkini" não faz sucesso apenas no Egito, mas em todo o mundo árabe, na Europa e nos EUA, impulsionado pelos emigrantes muçulmanos e "por aquelas pessoas recatadas de todos os credos", explica Ashma, diretor de uma companhia que vende maiôs muçulmanos confeccionados na Turquia pela internet.
"As vendas estão aumentando, mas o mercado ainda é pequeno, com muita concorrência", ressalta Ashma, que insiste que, além dos motivos religiosos, as mulheres o utilizam para se proteger do sol ou esconder o sobrepeso.

Seu uso, cada vez mais disseminado, não agrada os acadêmicos islâmicos porque, na sua opinião, transgride as doutrinas religiosas.
"Este acessório não pode ser considerado islâmico, porque a mulher mostra sua silhueta quando entra com ele na água", argumenta a professora Soad Saleh, da Universidade de Al-Azhar, a instituição muçulmana sunita mais famosa do mundo islâmico.

Ela explica que ",ao sair de água, pode haver homens que se fixem em seu corpo e lhes desperte um desejo sexual".

Como alternativa, Saleh propõe que as mulheres "escolham praias ou piscinas destinadas exclusivamente a mulheres ou que vão muito cedo".
Ashma diz que os lugares de banho só para elas são "uma boa opção, porque lá podem atuar livremente e se sentir seguras". O ideal, acrescenta, seria que "os homens não olhassem as mulheres, que têm direito de desfrutar do que Deus nos oferece".